Exportações brasileiras e a crise econômica da Covid-19
Entre as consequências da pandemia da Covid-19 está a queda das exportações brasileiras de bens de alta complexidade, como carros, veículos para construção e turbinas a gás, conforme aponta um novo estudo publicado no boletim da Rede de Pesquisa Solidária. De acordo com o Presidente da Habicamp, Francisco de Oliveira Lima Filho, os efeitos negativos da pandemia afetam com maior vigor os bens de alta complexidade em comparação com os de baixa, como: petróleo cru, minério de ferro e milho. “Por isso, não podemos apenas olhar para a construção civil e o mercado local sem analisar o comércio internacional. Não só a exportação traz números negativos ao setor, como também as importações que, por estarem atrasadas, comprometem a linha de produção e o fluxo do mercado”, explica.
Panorama brasileiro
Segundo Lima Filho, o impacto da crise do comércio internacional trouxe novos desafios à realidade econômica brasileira. “Precisamos lembrar neste sentido que o isolamento social reduziu o consumo e, consequentemente, paralisou e desacelerou a indústria. A economia é um ciclo e devemos analisar todas as suas frentes”, diz.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) calculam uma desaceleração do comércio internacional por conta da pandemia. Confira os números do panorama:
– Retração das exportações brasileiras entre 11% e 20% em 2020;
– Fechamento de vendas inferior a US$ 200 bilhões no Brasil.
“Esses números levam em conta os efeitos da crise através do comercio nacional durante os primeiros seis meses de 2020, com dados de importação e exportação. Por isso, conseguimos pensar no fechamento do ano através desse reflexo. Porém, é importante lembrar que a flexibilização já está acontecendo e a economia tende a mudar”, comenta o Presidente da Habicamp.
Construção civil
Nos meses de quarentena e isolamento social, o setor da construção civil foi considerado como prioridade e, por isso, não acompanha a queda significativa dos demais setores. “O setor reaqueceu e, agora, com a continua taxa de juros baixa e a retomada das obras, a expectativa é de um avanço ainda maior na construção civil tanto para o país quanto para a cidade de Campinas”, finaliza.