Tragédia reacende discussão sobre barragens em Pedreira e Amparo
A tragédia em Brumadinho (MG) reacendeu a discussão sobre a construção das barragens de Pedreira (SP) e Duas Pontes, em Amparo (SP).
Apesar das diferenças entre uma barragem de rejeitos, como a que foi rompida na tragédia mineira, e uma hídrica, como serão construídas nas duas cidades da região, elas guardam semelhanças, como aponta Felipe Feliciani, especialista em Planejamento Ambiental Territorial:
Em caso de rompimento, a situação em Pedreira seria mais grave, já que a barragem vai ficar a cerca de 3 km da região central da cidade:
“Se a gente for pensar em planos de contenção de riscos, de emergência, 3 km para a velocidade com que essa água seria liberada, infelizmente, não existe nada prévio que evite e estamos falando do centro de uma cidade. Em Amparo existem bairros, como o Duas Pontes, que estão logo abaixo do paredão, então existe o risco iminente que precisa ser levado em consideração”.
O especialista alerta que ainda não há um plano de emergência para as duas barragens: “Isso é condicionante do projeto, mas ele vem sendo desenvolvido enquanto as obras vão caminhando, vão saindo as licenças, isso é um problema. Ao meu ver, são coisas que precisam ser discutidas, aprovadas, previamente a qualquer tipo de gasto público”.
O reservatório de Pedreira vai ocupar uma área de 4,3 km2 em Pedreira e Campinas. A previsão é que tenha capacidade de 31,9 milhões de metros cúbicos de água, disponibilizando uma vazão de 8,5 mil litros de água por segundo. Já o reservatório Duas Pontes terá uma área de 8,8 km2, em Amparo, com capacidade para 53,4 milhões de metros cúbicos, disponibilizando uma vazão de 8,7 mil litros de água por segundo.