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Vagas crescem, mas a economia não decola

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta semana, mostram um crescimento significativo das vagas de emprego na Região Metropolitana de Campinas (RMC) no acumulado até janeiro. Foram criados 7.915 postos de trabalho entre fevereiro de 2018 e janeiro deste ano. Valor acima dos 1.753 gerados entre 2017 e 2018. A Indústria, os Serviços, a Construção Civil e a Agropecuária, geraram, juntos, em janeiro deste ano, 3.155 vagas. No entanto, ainda é cedo para comemorar, já que em janeiro deste ano foram criadas apenas 1.570 novas vagas na região, ante 2.499 no mesmo período de 2018. O que representa uma queda de 37,17%.

Campinas fechou janeiro com um saldo negativo de 48 postos, sendo que no
mesmo período do ano passado, a cidade tinha saldo positivo de 333 vagas. O número é 114,4% menor. Na cidade, a indústria, os serviços e a construção civil, somados, geraram 820 postos, enquanto que o comércio e a agropecuária eliminaram, juntos, 865.

Os números seguem uma tendência nacional, já que no País todo houve um saldo positivo de apenas 34.313 mil empregos em janeiro deste ano, contra 77.822 novos postos criados em janeiro de 2018. Gerando uma retração de 56% no emprego no mês de janeiro.

De acordo com Eliane Rosandiski, professora de Economia e responsável pela área de emprego e renda do Observatório Puc-Campinas, o resultado é ruim para o mês de janeiro. “Esse número foi muito baixo para o mês de janeiro. Considerando a RMC como um todo, nós não temos uma recuperação muito forte porque esse número está sendo puxado por algumas contratações de ensino. É normal que em janeiro algumas escolas contratem novos trabalhadores. Há também uma pequena chamada do emprego industrial”, explica.

Ainda segundo a professora, os resultados não estão apontando para uma
retomada sistemática da ocupação, já que com o término do período de Natal e demissões de final de ano, o número de empregos deveria ser maior em janeiro. “Mudou de Governo, os empresários criam uma perspectiva de
estabilidade ou de pelo menos compreensão de qual política econômica vai ser adotada. Isso deveria acalmar a incerteza porque acabou a eleição e ter a retomada, só que não está tendo”, avalia.

Ela aponta que ainda existe muita insegurança sobre os passos que serão
dados em relação à política econômica e o que vai acontecer. “Como o mercado de trabalho como um todo está ainda gerando muito desemprego, existe uma dificuldade muito maior para que haja uma demanda que seja forte e concreta o suficiente para retomar as atividades econômicas, para dar uma dinâmica mais virtuosa (ao emprego)”, define.

No acumulado dos últimos 12 meses, até janeiro de 2019, foram gerados
471.741 postos no País, cerca de 464,7% acima dos 83.539 postos gerados no
mesmo período do ano anterior, indicando uma pequena melhora na recuperação do Emprego Formal no País, nesse início de 2019.

“Analisando os dados finais do Caged de janeiro deste ano, constata-se que o
emprego inicia o ano com uma perspectiva de baixo crescimento, que deve
continuar para todo 2019. O Produto Interno Bruto (PIB) também mostra baixo crescimento em 2018 (+1,1%), projetando a mesma expansão para 2019, o que não colabora para a expansão do emprego”, explica o coordenador do Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Laerte Martins. De acordo com ele, para essa expansão ocorrer, é fundamental a Reforma da Previdência, o mais urgente possível. (CorreioPopular)

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